As escolas da rede pública estadual podem ficar mais uma vez sem aulas nesse início de ano. A possibilidade de uma nova greve foi ventilada pelos professores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), depois que a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) desmarcou, em cima da hora, uma audiência para discutir o reajuste salarial com a categoria. Os professores esperavam ser recebidos, ontem de manhã, pela secretária de Educação, Maria do Socorro Coelho.
'Foi o governo que marcou essa audiência com a gente e, para nossa surpresa, duas horas antes do horário previsto, mandou um fax para o sindicato desmarcando o compromisso. Consideramos isso um desrespeito com a categoria. Se o governo continuar agindo assim, não vejo outra alternativa que não seja a greve', afirmou Jair Pena, diretor de Comunicação do Sintepp. Segundo ele, o sindicato vai convocar uma assembleia geral para organizar um ato público a fim de pressionar o governo, mas, caso isso não dê resultado, a greve não está descartada.
De acordo com a assessoria de comunicação da Seduc, a audiência com os professores foi desmarcada porque a secretária dependia de uma 'posição do governo' para negociar. A Secretaria também não estabeleceu um novo prazo para negociar com a categoria, o que deixou os professores indignados. 'Se nenhuma providência for tomada, os professores vão receber, no final do mês, com o piso abaixo do salário mínimo. Isso é inconstitucional', reclama. Os professores querem que o governo reajuste imediatamente o piso salarial da categoria, que hoje é de R$ 465,02. Ou seja, menor que o salário mínimo, que neste mês passa para R$ 510.
Se for confirmada uma nova greve, complica-se ainda mais a situação do calendário escolar da rede pública, prejudicado pelas paralisações dos últimos dois anos. Em 2008, a greve dos professores durou 37 dias. No ano passado, foram 41 dias de paralisação
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
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